domingo, 30 de janeiro de 2011

|ADEVANIA SILVEIRA "VESTE" HAVAIANAS|

Da esquerda para a direita: Estampa coração sobre xadrez vichy vermelho; estampa João Colagem azul; estampa João Colagem rosa




Desde que me entendo por gente e desconhecia palavras agora tão em moda - reciclagem, reutilização, biodegradável, sustentabilidade, etc - tenho o olhar atento a tudo o que se pode ser reaproveitado. Acho delicioso o exercício de descobrir uma finalidade estética, funcional ou as duas juntas para qualquer material ou objeto que caia nas minhas mãos. O resultado disso é que volta e meia tenho de me desfazer de uma montanha de objetos, papéis e outras quinquilharias para abrir espaço em casa. Os armários estão cheios, as prateleiras do meu pequeno ateliê estão lotadas. 
É, nem sempre a imaginação acompanha a quantidade de materiais que vai se avolumando. Porque criar, pelo menos para mim, não é assim uma atividade igual à de padaria, que de 15 em 15 minutos sai pão quentinho. Preciso de tempo, de informação, de digestão. Nesse emaranhado de materiais X ideias vou buscando soluções, ou direções, mas isso não quer dizer que os resultados sejam sempre satisfatórios. Pode ser que uma ideia, embora pronta e acabada do ponto de vista da execução, não resulte em algo, digamos, esteticamente aceitável. Daí, a criação volta para a prateleira, e fica lá até que chegue o bom tempo para desengavetá-la. 
Ando um pouco aflita com as sobras de tecidos desde que comecei a brincar de estilista. Até já pensei em desenvolver uma coleção de roupas infantil para aproveitar os retalhos. Mas se já é difícil me dedicar à marca Adevania Silveira (falta tempo para um monte de coisas), imagina ter uma segunda filha. Claro, já doei muitos e muitos pacotes de retalhos à cooperativas que trabalham com este tipo de material. No entanto, o meu desejo é também criar uma linha de produtos para a minha marca.
Para a coleção "Amèlie Poulain vai a Campinas", desenvolvi os toys art com as imagens dos croquis, feitos pela Melissa di Magalhães. Assim, pude aproveitar todos os retalhos de tricoline branca. Os toys ficaram charmosos e são uma ótima opção de presente para quem não pretende gastar muito: custam R$ 35.
Esta semana, comecei a customizar alguns pares de Havaianas com os tecidos que estampei na coleção passada, "Guarda o Coração". São tecidos exclusivos e, claro, atualizados. Gostei do resultado. Não pretendo adicionar detalhes nas correias, porque prefiro-as mais clean, sem muitas firulas. Serão vendidas no ateliê Adevania Silveira, a R$ 40 o par. Pretendo destinar 5% do valor das vendas ao Projeto Abraço nas Ruas, da Igreja Sara Nossa Terra, que distribui sopa quentinha, carinho e uma palavra de esperança às pessoas que estão na rua de madrugada, seja em filas para conseguir uma consulta médica ou porque não têm para onde ir. 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

AREZZO INSPIRADA EM CLÁSSICOS


Olha que charme o lacinho e a pelúcia...
Oxford de inspiração masculina, mas com a delicadeza feminina,
fica lindo com saia ou vestido, longo ou curto

A coleção de inverno da Arezzo também tem a sua satchel,
a bolsa estilo carteiro ou escolar, popular na Inglaterra 

A Arezzo se aproxima da narrativa de grandes marcas ligadas aos esportes equestres, como Hermés e Fendi, e lança para o inverno uma linha na tendência selaria, em tons castanhos e caramelos, combinados a muito preto e cinza. Na esteira cool,  reedita os oxfords, muito presentes em temporadas anteriores, e agora alçados como peça chave. Absolutamente unânime e necessário o cabedal Oxford está distribuído por todo o mix ganhando diferentes tratamentos que vão do modelo original masculino - flat de cadarço - até rasteiras e sandálias de salto alto.  A diferença agora é que ganham vocação bem feminina para serem usados com saias e vestidos, tanto longos quanto curtos.
 Outro item que deverá fazer a mulherada enlouquecer é o modelo de uma Satchel, a bolsa estilo carteira ou escolar, bastante popular na Inglaterra há pelo menos dois séculos.     

Onde encontrar?
 Lojas Arezzo Flamboyant, Bougainville e Goiânia Shopping 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

|design|


A MARIA HELENA DO DESIGN

Maria Abadia Haich, Daniela e Dener Mallard


  
Olha a Maria Helena segurando a carteira que amei!
Vamos imaginar uma loucura: se design fosse uma mulher, esta seria Maria Helena Estrada. A todo-poderosa jornalista e editora-chefe da revista Arc Design e crítica de design respira, come, bebe, veste e dorme, adivinha o quê? Design. Não é por acaso que é considerada a grande dama do design no Brasil. 
Na última quinta-feira, 20, Maria
Helena fez um rasante na cidade para o lançamento da 72ª edição da revista, na Armazém da Decoração, e provou mais uma vez que design é com ela mesma.
A noite, impecável como todas as que a Maria Abadia Haich organiza na loja, foi para celebrar a inclusão da AZ entre as três lojas conceito no Brasil, em reportagem publicada pela Arc Design. O encontro reuniu uma boa porcentagem de arquitetos, artistas, jornalistas, amigos, parceiros e, claro, designers. No céu, imagina, uma inspiradora lua cheia (teria sido encomenda?) brilhou o tempo todo.
Quando os primeiros convidados chegaram, Maria Helena já estava lá, gastando a sola do seu belo par de sapatos Ciao Mao para percorrer os mais de 1 mil metros de loja, atenta a todos os detalhes. Vestindo top e calça de algodão da festejada estilista carioca Gilda Midani (uma fábula cada peça da moça), colar-escultura feito de arame e sobras de seda pura tingida (ela não conseguiu lembrar o nome da artesã; eu googlei, mas nada!) e carregando na mãos uma carteira de fios de borracha (quase tive um ataque quando a vi, mas também não consegui descobrir o nome do designer), Maria Helena sentou-se numa Oscar de Sergio Rodrigues para ser entrevistada no talk-show comandado pela jornalista Ciça Carvello. 
O papo rolou solto, muita gente fez perguntas e terminou com Maria Helena sinalizando o futuro para o design. "O caminho é a inovação". Afirmou que os brasileiros precisam esquecer a madeira, usada há 500 anos no Brasil, e investir em novos materiais ou novas formas de usar a madeira, que não seja a maciça."Inovação começa com o material", disse, citando como exemplo a recém descoberta madeira líquida, que pode ser moldada como o plástico e é biodegradável.
Depois do talk-show ainda tive tempo de bater um papo com Maria Helena. Queria arrancar dela quais designers mais admira, mas apontou que hoje os holandeses são os mais inovadores. No final citou Marcel Wanders (consegui!), o holandês super badalado cuja especialidade é produzir peças que vão do sério ao deboche. E no Brasil? Os irmãos Campana. E contou que já lhe perguntaram porque fala tanto dos moços. "Há outro mais importante que eles?", respondeu na lata. No words.
Maria Helena pediu no final para divulgar o seminário Design Hoje organizado pela Casa Brasil, com iniciativa do Sindmóveis de Bento Gonçalves, que trará ao Brasil o inglês Peter Marigold e o francês François Azambourg. No dia 15/02 será em São Paulo, no Senac Consolação, na Rua Dr. Vila Nova, e dia 17/02 no Rio, com local ainda a ser definido. Ambos começam às 9h e serão gratuitos.


domingo, 16 de janeiro de 2011

ATELIÊ



ATELIÊ ADEVANIA SILVEIRA ENTRA EM PROMOÇÃO NESTA TERÇA-FEIRA, 18
VOCÊ VAI ENCONTRAR VESTIDOS A PARTIR DE R$ 100,00; TOPS A R$ 50. NO BRECHÓ DA VILA 516, SHORTS, BLUSINHAS, CALÇAS JEANS A R$ 30 E R$40. ESTAMOS TE ESPERANDO.

sábado, 15 de janeiro de 2011

UM ZOO MUITO LOUCO

GRIPE SUÍNA
GRIPE DAS AVES
Achei fofíssimas estas pelúcias em forma de micróbios gigantes. Não são novidades, pois a linha foi lançada em 2002. Só que a ideia, a princípio, tinha fins educativos. Era para serem usados por médicos e professores para ensinar crianças sobre corpo humano e doenças. Mas de tão simpáticos acabaram caindo no gosto de muito gente, criança e adulto. Custam cerca de US$ 9 pelo wwww.amazon.com. Eu gostei de vários bichinhos, mas achei o espermatozóide muito fashion com o lacinho na...será cabeça? Vote no seu e deixe um comentário.




HERPES





HIV
SÍFILIS

YOGURT

PAPILOMAVÍRUS

RAIVA

ESPERMATOZÓIDE

GLÓBULO VERMELHO



GONORRÉIA

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

ADEVANIA SILVEIRA NO "HOJE VOU ASSIM"


Cris Guerra deu adeus a 2010 vestida de Adevania Silveira. Conheci Cris na última edição do Minas Trend Preview, em novembro passado. Achei que uma das peças que havia levado era a sua cara e então dei a ela de presente. Mas ao provar o longo cinza que aparece vestida em seu blog, não resistiu e ficou com ele. A Cris é dessas pessoas que você tem a sensação de conhecer há muitos anos na primeira vez que a encontra. Escreve lindamente e só veste o que realmente faz seu estilo. Imagina, gente, quanta roupa ela não deve ganhar todos os dias? Para conferir as fotos, clique: http://www.hojevouassim.com.br/

domingo, 2 de janeiro de 2011

La Paz nas entrelinhas






A viagem a La Paz não foi programada. Não comprei guia, não pesquisei na internet, apenas googlei algumas páginas para saber sobre vôos nacionais e li algumas poucas linhas de blogs de gente que conheceu a cidade. Meu sobrinho que mora lá, à medida que o dia da viagem ia chegando, me informava sobre o clima e alertava sobre os possíveis incômodos que poderia sofrer com a altitude. Não li sobre pontos turísticos, história, culinária, compras imperdíveis. Nada. Por pura falta de tempo. Os dias que antecederam a partida foram de guerra, com uma agenda lotada me assombrando cada vez que pensava que ia me ausentar por alguns dias. Tive apenas duas horas para decidir o que ia nas malas.

Minha filha Pilar e eu chegamos a Santa Cruz de La Sierra à meia-noite. O calor abafado que entrava porta adentro no aeroporto me fez duvidar que havia nevado há poucos dias em La Paz. Era calor de Cuiabá! O vôo só sairia às 7 da manhã. A solução prática foi uma das cabinas que existem no aeroporto, a 10 dólares a hora. O quarto minúsculo tem cama, frigobar, ar condicionado, tv plasma com uma infinidade de canais, tudo limpo e aconchegante. Melhor que sair do aeroporto.

A chegada a La Paz foi tensa. Pilar sentiu os efeitos do soroche, o mal da altitude. Oxigênio, médico, chá de coca e coca-cola foram as palavras que mais ouvi nos primeiros 30 minutos em La Paz. Dei graças a Deus quando o Rafael apontou na entrada do aeroporto.

Na descida à cidade grudei os olhos na janela do táxi que ia numa velocidade relativamente alta. Para baixo todo santo ajuda, não é assim que se diz? A estrada espiralada é um convite à vertigem enquanto a mente tenta restabelecer uma certa ordem nas imagens que chegam de fora: as casas-equilibristas assentadas no cume dos montes e montanhas; o avermelhado dos tijolos sem reboco que inunda a vista e dá o matiz característico da cidade; a aridez da paisagem subtraída de verde.

Esqueça Londres, Paris, Madrid ou cidades caóticas como Nova Delhi, Rabat ou Fez. La Paz, a cidade mais indígena da América Latina, não tem semelhança com nenhum outro lugar. As ruas coalhadas de vendedores ambulantes são inacreditavelmente limpas. O trânsito é repleto de táxis e pequenas vans japonesas com um cobrador gritando o destino e o valor da passagem. Não existe taxímetro por lá. É preciso negociar antes com o dono do veículo e pode ser que você divida o carro com outros passageiros [o que é coisa de primeiro mundo].  

Os paceños têm vocação para a rua. Comem, trabalham e se divertem nelas. As cholas, mulheres indígenas, carregam nas costas seus filhos empacotados em tecidos coloridos, enquanto cuidam da pequena barraquinha de doces, saltenhas e coca-cola natural. Gelada, só se o dia estiver muito frio. Na rua vende-se de tudo, de produtos de higiene e limpeza, panetone, café, leite, cobertores, roupas, folhas de coca a tênis [falsos], perfumes [idem] e pães. A movimentação nas ruas produz um cenário caótico ao mesmo tempo inspirador.

O capítulo "produto falsificado" é divertido. Vendedores de lojas de shoppings se perguntados não escondem que a bolsa Louis Vuitton na vitrine é pirateada. Gostei da sinceridade. 

Em La Paz há pobreza, mas há alegria. Há edifícios à espera de restauração, mas há poesia. Há necessidades urgentes, mas o povo resiste à possibilidade de ser sucumbido por uma cultura alheia. A este povo basta o que é seu.Voltei admirada com o que li nas entrelinhas de La Paz. 
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