segunda-feira, 12 de julho de 2010

Hasta la vista, baby.
A Bolinha foi embora sexta-feira, dia 9 de julho de 2010. Não queria, mas foi. O veterinário tentou fazer a cirurgia para a retirada dos nódulos nas mamas, mas ela não resistiu. Não quis voltar à clínica. Parece covardia, mas achei que ia sofrer mais do que estava sofrendo. Hoje, quando acordei, fui para o quintal silencioso. Não tinha mais a Bolinha correndo, latindo para as corujas que teimavam invadir seu território. Nem ela nos seus últimos dias, esquálida, escorrida no gramado para se aquecer na luz do sol. Recolhi as tijelas de água e ração, guardei os remédios que estava tomando e pensei no quanto ela vai fazer falta. Me culpo por não ter ficado com um de seus filhotes. Seria menos doloroso. Mas, enfim, não há como voltar atrás. Vai em paz, Bolinha. Vou sentir saudade. Mas como a Pilar disse, ainda bem que a gente tem fotos suas. Beijos. 

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A VIRA-LATA MAIS AMADA DO MUNDO.

Quem frequenta a minha casa desde que o Pedro era só um bebê, conhece a Bolinha, uma vira-lata de pelo e olhos cor de mel que depois de cruzar o portão do jardim nunca mais nos abandonou. Quando a adotamos já era adulta, devia ter no mínimo dois anos. O nome foi escolha do Pedro, claro, que ainda nem pronunciava direito as palavras. A gente até que tentou deixá-la à vontade, o portão escancarado, para o caso de um possível arrependimento poder retornar ao antigo lar. Mas, não. Bolinha nunca fez menção de ir embora. Nos acompanhava ao supermercado da esquina, nos espreitando à distância, como agem os seguranças pessoais. E quando o Pedro voltava do fim de semana na casa dos avós, era o carro entrar na garagem e Bolinha dava incontáveis voltas, latindo e saltando sem parar. Era seu jeito de dar boas-vindas ao que considerava seu dono. Não dava trabalho nenhum, pelo menos nos cada vez mais reduzidos períodos em que não estava prenhe. Sim, isso mesmo. A moça não era assim um exemplo de comportamento. Bolinha abandonara a antiga família, mas não um hábito, provavelmente inato à sua raça, de "pular a cerca" com uma frequência assombrosa. Nenhum cachorro da vizinhança passava em branco. E assim, ninhadas e ninhadas de filhinhos iam se acumulando à medida que nossa lista de pais adotivos ia minguando. O tempo passou e quando Bolinha entrou na menopausa, fase em que já não se animava muito com a visita dos pretendentes do bairro onde morávamos, já havíamos cedido para adoção todos os seus filhotes. Não ter ficado com um dos seus inúmeros descendentes tem sido o meu maior arrependimento desde que a nossa Bolinha foi diagnosticada com câncer de mama. Após a descoberta, a saúde dela degringolou. Emagreceu tanto que os ossinhos se revelam debaixo do pelo cor de mel. Volta e meia passa a semana no veterinário tomando soro e tratando a ferida na mama. Uma tristeza que me tem feito refletir sobre como se dão as despedidas de quem amamos, ou como podemos proporcionar dignidade a quem está dizendo adeus para sempre. É doído vê-la assim, mas não tenho coragem nem convencimento suficientes para determinar sua sentença de morte, como muitos me aconselharam. Ela se alimenta bem, não reclama e passa as manhãs e as tardes de sol estendida na grama do jardim. Parece serena mesmo quando a ferida reabre e a levo correndo ao veterinário. Uma noites dessas, insone, me despedi da Bolinha e a agradeci por ter estado comigo, o Pedro e mais recentemente com a Pilar, por tanto tempo. E mais ainda, por me lembrar todos os dias que a vida tem curso inexorável, e por isso mesmo belo, e que não existe nada mais importante do que as pessoas (e animais) que amamos.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Nasceu o menino
Bem, cheguei. Sem pompas e circunstâncias, mas cheguei. Adiei a inauguração do blog por uma razão que a princípio parece sem importância, menos para mim, um ser movido a ideias [elas estão no chão, você tropeça e acha a solução] e que gosta de tudo bonitinho, arrumadinho, que nem flor no vaso sobre a mesa no almoço de uma segunda-feira. Queria que o blog fosse diferente, do meu jeito, com a minha cara. Acontece que não domino absolutamente nada de html e abomino os combos-design que oferecem aos blogueiros iniciantes. Pedi ao Pedro, meu filho, que já contabiliza metade da vida diante do computador, mas sabe, né, em casa de ferreiro... Também não queria contratar um profissional. Sei lá, eu sempre achei que o cara ia retrucar com cara azeda que fizesse eu mesma, que é fácil demais. Tentei algumas vezes sozinha madrugada adentro, mas me atrapalhei toda. Virou sopa de letrinhas. De tanto esperar, decidi pelo lado prático, e com uma ajudazinha meio a contragosto do Pedro jogá-lo no ar assim mesmo, simplezinho. Aliás, o conselho foi do próprio Pedro. "Mãe, vai postando que depois a gente conserta". Então, tá. Desculpa alguma coisa, são três horas da manhã. Lá vai. 
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