quarta-feira, 3 de agosto de 2011

PARA AQUECER CORPO E ALMA

   No mar das necessidades de pessoas carentes um cobertor parece mínimo, insuficiente. Comida é mais urgente do que se aquecer numa noite fria, você pode pensar. Mão não é bem assim. O inverno, assim como a fome,  faz vítimas. Em São Paulo, onde a temperatura chega a 10 graus, mas com sensação térmica ainda mais baixa, especialmente nos meses de julho e agosto, há milhares de pessoas sem nada para protegê-las do frio.
   Foi num dia frio assim, há três anos, que a fotógrafa paulistana Mônica Zanon saiu para comprar um cobertor e no caminho se deu conta do quanto estas pessoas não estariam sofrendo naquele período do ano. Decidiu então, junto com o marido Marcelo Carrera, comprar alguns cobertores a mais para doá-los a pessoas carentes que ia encontrando pelas ruas. Mais tarde, falou com amigos de sua rede social e perguntou se não queriam ajudar. Resultado, conseguiu coletar 200 cobertores em uma semana! No ano seguinte, os próprios colaboradores a procuraram para doar novamente.
   A campanha cresceu desde então. Este ano, Mônica recebeu doações em forma de dinheiro, negociou com uma fábrica de cobertores e não só conseguiu comprar por um preço bem abaixo do mercado como adquiriu peças com mais qualidade do que as da campanha inicial. Assim eles durarão mais e outras famílias poderão ser beneficiadas ano que vem, raciocinou a moça. Para facilitar a distribuição e atingir famílias que realmente precisam da ajuda, Mônica contatou entidades e ongs que fazem trabalho social. Este ano a região de Capão Redondo foi uma das beneficiadas.
   Em parceria com a Rukha, organização não-governamental que trabalha para o desenvolvimento humano de famílias em comunidades que integram esta região da cidade de São Paulo, Mônica entregou 300 cobertores à famílias atendidas pela ong. Márcio Blatt Braun, coordenador do Projeto Virada, da Rukha, foi quem cadastrou as famílias que receberam os cobertores.
   Na segunda quinzena de julho, as famílias foram à sede da entidade para receber a doação. Mônica acompanhou e registrou com sua câmera parte da entrega. Ana Maria Fernandes, 53 anos, mãe de dois filhos, foi a primeira a chegar à Rukha. Ela é cuidadora de idosos mas atualmente está desempregada. Sorridente, demorou alguns minutos para escolher o cobertor mais bonito. Disse que a doação a ajudaria muito porque as noites estavam muito frias naqueles dias.
   Em seguida chegou Gilmara Lima Pereira, 34, mãe de dois filhos. Ela trabalha com reciclagem e não escondeu a alegria ao receber seu cobertor. A dona de casa Judite da Silva, 60, chegou acompanhada do neto, Mateus Charles da Silva. Foi o menino quem escolheu a cor do cobertor que levaria para casa. Vanda Machado, 38, outra moradora de Capão Redondo, mãe de dois filhos, também foi retirar o seu. Logo depois  foi a vez das irmãs Camila Carolina Ponciano de Oliveira, 17, Bruna Ponciano de Oliveira, 14, e Isabelle Severo Ponciano, 9, pegarem o cobertor. Depois de chegarem a um consenso sobre a cor do cobertor posaram para as fotos. Anita Braun e Geni Páscal, voluntárias de trabalhos sociais e que agora auxiliam Mônica na coordenação da campanha, fizeram a entrega dos cobertores.
   Mais tarde, Mônica pediu para entregar pessoalmente alguns cobertores dentro da comunidade de Capão Redondo. Lá conheceu mais algumas famílias atendidas pela ong, como Larua Lenz, 51 anos, a filha, Laura Lenz, 31, Nivea maria Silveira, 32, e Maria Lúcia Alves, 65. depois de receberem seus cobertores contaram um pouco sobre as ações sociais que acontecem na comunidade na qual moram há mais de 30 anos. Mônica saiu de lá entusiasmada. Ano que vem tem mais. E muito mais, a julgar pela disposição das pessoas em ajudar. Este ano, Mônica recebeu doações de pessoas de outros Estados que souberam da campanha pela internet. Se você quiser participar da campanha é só entrar em contato com Mônica Zanon pelo Facebook ou pelo email: mozanon@terra.com.br.






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